segunda-feira, 23 de julho de 2012

Gosto de cereja.

Tenho o péssimo hábito de tentar adivinhar o que está escrito em uma mensagem, sem antes abri-la, existem algumas pessoas que são completamente previsíveis. Mas acontece que depois que o conheci, acabei falhando quase todas as vezes, o que acaba lhe fazendo ficar com um ar de indecifrável, excêntrico, totalmente ao avesso. Essa é uma das características que me encantam e que apenas você consegue ter.
É por isso que todos os dias nosso amor se renova, nunca caímos naquela mesmice dos casais comuns, nos fortificamos cada dia mais, a cada minuto que me sinto sua, só sua, sinto também que dentro de ti, existe uma infinidade de barreiras para passar e coisa a descobrir.
Mesmo me contando diariamente um leque de (até então) segredos, sinto que sempre guardas para mim, um pingo de fatores inacessíveis para posteriormente me encantar ainda mais, como se cada vez que eu devorasse a cereja que fica sobre o glacê, você fosse com sua calma magistral e recolocasse outra no lugar.
Desde criança eu sonhava com um daqueles amores de filme e livro. Teve uma época que eu até pensei que tinha achado, mudei algumas manias e adquiri hábitos horríveis, só que quando tinha me moldado por completa, fui empurrada com uma força tremenda. Descobri então, que nem era amor.
Eu nesse filme fiquei com papel de amante. Meus sentimentos, que estavam em jogo, nem foram questionados, eu pedi um abraço quando passava pela pior época da vida, estendi a mão, esperando receber um braço esticado, para me puxar e me ajudar a levantar, estava prestes a cair no penhasco, mas percebi que não me fora estendida nenhuma mão, na verdade era um pés, esmagando meus dedos para que eu fosse ao fundo de uma vez.
Nesse filme eu sou aquele personagem que sofre só para o espectador ter mais ações entre as cenas de amor.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Perfeição

Tínhamos tudo para ser perfeito, começamos da maneira mais inusitada possível. Sabíamos que era diferente com nós dois. Eu queria passar por tudo ao teu lado, sofrer e sorrir, até os piores momentos eram plenos para mim. Quando estávamos juntos, eu ficava com medo da hora de partir. Quando partia, sentia que precisava voltar o quanto antes, tinha necessidade de você.

Me questiono diariamente, se não era para te ter, porque foi que você apareceu assim na minha vida, ao acaso? Aproveitei intensamente cada segundo, mas e qual foi o motivo para escapar assim, por entre meus dedos, me deixando essa impotência?

Eu te desejo, te admiro, me inspiro ao seu lado, tu és o amor da minha vida. Tão doce. Fiquei completa com teu amor.

Sinto falta das nossas trocas de carícias, tuas palavras apaixonadas durante a madrugada, que me faziam ter certeza que era você, é você! Tua letra rabiscada em um livros, teus versos em um caderno de segunda linha, você ali, sendo decifrado em um papel.

Mas continuo me questionando diariamente, não podia ter lhe conhecido em uma hora que estivesse perto, presente? Sonhei passar os dias ao teu lado, dormir ao som da tua respiração e ser tua, completamente tua, de alma, mente e coração. Queria cuidar de ti, tu merecias cuidado, precisavas de cuidados. Clamei tanto por ti, cheguei a soluçar com o rosto afundado no travesseiro, me sentindo imprestável pelo simples fato de não ter lhe conhecido antes.

Eu sou covarde, deixei uma história como essa acabar, virar lenda em pouco tempo, daqui uns dias será mito e meu coração continuará procurando por ti. Eu te amo, te amo com todas as minhas forças, meu rapaz. Sinto muito se não fui forte o suficiente, mas desejei você mais que qualquer coisa nessa vida, desejei você ao meu lado, te completaria a todo instante. Fui fraca e assumo, eu não consigo te ter sempre pela metade, meu coração chora.

Temos tanto pela frente, eu lhe pergunto, conseguiremos ir adiante sem as mão dadas? Você não ficou com um nó na garganta? Temos tanto para percorrer e estamos tão distantes agora.

Um segundo

Senti na pele o frio de uma noite sozinha, sacando, definitivamente que ninguém pode amar tanto, ao ponto de sacrificar os caprichos. Escolhi ficar assim, escolhi não mais sentir.
Calei.

***

Comerei kit kat's e ficarei em meu canto, com um cigarro em uma mão e um bom livro na outra. Não quero mais discutir literatura, me revoltar com a falta de delicadeza alheia ao falar mal dos meus autores favoritos. Não trocarei figurinhas e nem jogarei tazo. Ficarei na minha.
Me revoltei o suficiente com a esperteza de quem sabe manipular a mente, quando finge não irritar, tocando nas feridas mais profundas.
Doei e esperei. Passei a noite em claro, esperando para te contar da minha decisão, queria agarrar sua mão, mas você me soltou e ainda afirmou, não era amor.
Ouvi palavras de você que me surpreenderam de uma forma que me fez analisar casos antigos, quem sabe eu não esteja mesmo perdendo tempo? 

***

Sai com um antigo rolo, descobri que um é pior que o outro, os dois não toleram os gostos alheios, os dois preferem me julgar do que me compreender. É tudo igual, no fundo é tudo a mesma coisa, mesmo. Beijei tentando sentir aquele frio na barriga, sabe? Senti vontade de vomitar, mas para não ficar feio, acabei fingindo ser bom.
Dormi em braços alheios, juro que não foi a mesma coisa, não querendo ser dramática nem nada, mas é que ele virou aquela bunda gelada para o meu lado, fiquei com dó dele, dele e de mim, no fundo. Quero sentir seu cheio, quero sentir tua respiração.
São quase 2 da madrugada. Lembrei de um piadinha tua, ri. Ele pensou que eu estava pirando, falei que ele não era o que eu estava procurando. Fiquei preocupada com o garoto e tudo, estava tão ansioso, fiquei com dó de novo.
Queria poder falar da vida com alguém, mas quando você fica com esses rolos antigos, eles insistem em querer ficar lembrando do passado, acho isso um saco, afinal, na maioria das vezes eu não lembro de nada e acabo me passando por doente da cabeça. Eu quero falar do futuro, fazer planos e essas coisas que eu fazia antes, juntar uma graninha para colocar na poupança e pensar: "Essa grana vai pro enxoval". Tem planos que dependem de quem está ao seu lado, lógico, mas odeio destruir planos por falta de companhia para realizá-los.

***

Certa vez me falaram que eu seria a velha dos gatos, que viveria em uma casa cheia de bichanos, que cuspiria bolas de pelos, como eles. Acho que essa é a ideia mais próxima, no momento. Estou tão só que viraria a velha dos gatos só para poder receber em casa aquelas crianças adoradoras de animais.

***


Interlúdio:

O nosso amor não vai olhar para trás

Desencantar nem ser tema de livro
A vida inteira eu quis um verso simples
Pra transformar o que eu digo



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Lucia di Lammermoor

Estamos desenvolvendo úlceras e cabelos brancos mas continuamos seguindo em frente, cientes de que uma pontinha de luz pode ser um sinal. 

O problema é quando você resvala em algum problema, pode ser pequeno, pode não ter grandeza o suficiente para os outros considerarem problema, mas com o acumulo de pequenos "problemas", a coisa acaba ficando grande, tomando forma e virando uma bola de probleminhas que passam a ser problemões. É uma angústia que não tem explicação, você não sabe de onde surge a dor, afinal, a bola é abstrata, forma uma dor ser nome, as pessoas costumam sentir muito isso e sempre se questionam, de onde vem?
As pessoas mais fracas chegam a não aguentar, precisam de um abraço, de alguém ao lado, tipo sanguessugas, mas no final acabam desistindo, o abraço nunca chega.
A grande verdade é que a incompreensão acaba estragando tudo, se as pessoas compreendessem os problemas alheios, ele não virariam monstros e morreriam logo no começo. Quando colocados em jogo, os problemas não deveriam ser ignorados, não deveriam ser deixados para depois, isso evita com que eles aumentem.

Estamos tentando curar feridas, mas quando pedimos ajuda, nos alcançam um pote de sal ao invés de merthiolate.






 Lucia assassinou Arturo cravando-lhe um punhal durante a noite de núpcias

terça-feira, 3 de julho de 2012

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Correção?

Esse nome de blog já deu o que tinha que dar. O verdadeiro significado dele, por trás da máscara "música da banda favorita", caiu por terra.


Não deves compreender a ida.


Corrigir, o que depois de tantos erros e tropeços, parecia incorrigível. O nome do blog veio para me fazer lembrar que nada estava totalmente perdido e que eu teria que levantar e tirar o pó que me cobriu.


Acorda cedo... Acorda pra ver quanto tempo perdeu com tanta areia na vista.


Eu, sempre tola, acabei achando que um simples desabafo em um blog que ninguém visita, ia me fazer repensar sobre o assunto e sobre tudo que eu tinha certeza que o tempo curaria. 


O corpo decompõe... o corpo decompõe aos poucos e não há nada que devolva a sensação de "ainda termos tanto a viver, termos tanto a ver".







domingo, 1 de julho de 2012

Foundations

Eu, depois de sofrer inúmeras vezes, acabei colocando na cabeça que amar é apenas adjetivar alguém em excesso. Você passa a acreditar, inconscientemente ou não, que aquela pessoa tem mais qualidades do que na verdade tem. Você idolatra e coloca-a em cima de um trono, ao qual não tem regra específica para estar lá.
Passaram-se os dias, meses, anos, até que eu cheguei a discordar de mim mesma. Passei a admirar os defeitos e a questionar as qualidades em excesso. Gosto de ver a imperfeição e de ficar irritada com as qualidades que outrora me deixavam boquiaberta.
Acho que eu, na verdade, não sabia o sentido de amar. Talvez ainda nem saiba, talvez isso tudo nem exista, mas mudar o ponto de vista foi uma coisa bem bacana.
Concluí isso tudo em uma tarde quente, tomando coca-cola em um banco, enquanto esperava você chegar, quem sabe essas substâncias químicas que eles usam em produtos, para fazê-los ficar com gosto de noz-de-cola, seja favorável à divagação do que é ou não amar.


Interlúdio: