sexta-feira, 27 de abril de 2012




Não me faça desistir diariamente de você.


Interlúdio:




Another turning point
a fork stuck in the road
Time grabs you by the wrist
directs you where to go
So make the best of this test
and don't ask why
It's not a question
but a lesson learned in time
It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life
So take the photographs
and still frames in your mind
Hang it on a shelf
of good health and good time
Tattoos of memories
and dead skin on trial
For what it's worth
it was worth all the while
It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Para alegria ou ódio de muitos, voltei a publicar coisinhas no meu blog, coitado, estava tão sozinho. Acho que já devo ter falado isso aqui, mas reforço, o ato de estar apaixonada serve para muitas coisas além do convencional frio na barriga e vontade de outro ser... no meu caso me faz acordar e escrever, seja isso bom ou ruim, além disso, estar apaixonada me faz sentir a música e a literatura, mas sentir de outra forma, sabe... acabo ficando mais sensível, bem mais sensível. No fundo sou uma menininha sentimental, mas preciso sempre de alguém para tirar minha máscara de durona.

***

Me deixa me sentir mais leve, bem mais leve. Tira daqui todo o sentimento de culpa e leva ele para fora, as vezes a angústia demora tanto para passar que eu acho que sofro de angústia crônica, ódio e amor (lê-se os dois juntos) crônicos, sincrônicos. Preciso fazer tanta coisa mas acabo por fazer nada, fico na mesma, sempre. Preciso de algo diferente, coisas mais intensas, tensas. Acabo assim pela culpa, maldita culpa traidora, ela muda minha vida por medo de fazer, arriscar, aceitar. Tem dias que levanto com a sensação de "o que está por vir agora?" e na verdade não acontece nada, a sensação passa de sentimento vivo para sensação térmica, dentro -20°. Sinto raiva de mim mesma, tento mas não consigo ficar um período muito grande sem me foder, sem me arrepender, pior quando me arrependo por nada, ou por tudo... tudo aquilo que não fiz. Minha vida é um livro de romance tipo aqueles idiotas "Bianca, Júlia, Sabrina (...)", mas é dos piores da prateleira, o mais ridículo, o mais sujo e os que as velhas mais gostam, gostam de ver a personagem se foder, sabe? Acho que gostam daquilo por imaginar que talvez exista alguém com a vida pior do que a que elas viveram (vivem?). Deus me livre chegar nos 70 anos e perceber que não fiz nada, estar sozinha, eu, meus livros e meus alunos praticantes de bullying. Porra! Eu não quero isso! Mas se acaso acontecer vou virar uma velha bem louca, publicar loucamente textos sem nexo em um blog que ninguém lê, sair pelos botecos da Muricy e tomar 51, por que viver amargamente a vida toda não da! Perdi a linha do raciocínio já, imagina com 70 anos.


Interlúdio:

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Funerais.


Não me cabe a clemência, a passividade à vida sem paixão. Nem que seja paixão pela queda. Nem que seja paixão pelo nada. O próprio Nietzsche morreu cedo. Ele e seu bigode muito feio. Nada disso me tira a vontade de assustar as pombas na calçada quando quase 6 as padarias abrem e eu passei a encarnar 24 horas tudo o que mais amo. 
"I will give you even my body, Spiritwalker". 
Foda-se. É, foda-se a boa postura, o bom caminho, a boa virtude. Eu sou o avesso de eu mesmo e meus olhos queimam em descrenças. Odeio a vizinhança. Odeio a cidade quando desperta. Penso Taxi Driver. Tem muito mais sujeira nas pessoas do que nas calçadas. As pessoas não deviam ter nojo das baratas, pelo menos elas são o que são. Já as baratas... O café abençoa as blasfêmias, "dusty" e nunca com o gosto que você quer que ele esteja. Maldito seja aqueleque inventou as escadas. 
(...)
Nunca tive vocação para bom menino politicamente correto. Nunca consegui escapar de estar envolvido em todo tipo de problema possível. Nunca consegui ter uma vida calma e sempre fiz merda. E, na real, demorou até pra entender que eu gosto de fazer merda. Porque, se você pensar direito, se todo mundo fizesse tudo certinho, nunca nada ia ter mudado na vida de ninguém. Admirável Mundo Novo. E, de boa, eu já me decepcionei o suficiente com as pessoas pra me importar com o que elas pensam ou não sobre o que sobra de minha vida. Já fui utópico e idealista o suficiente pra abastecer quarenta anos adiante.
 Agora me reservo o direito à descrença. É estranho pensar assim. Muita coisa perdeu o sentido pra mim. E essa perda não foi nada suave. Enfim... A gente cresce com a idéia de que tem que acreditar em alguma coisa mas não imagina que a maior certeza de nossas vidas é que essa coisa, qualquer que seja ela, vai ser arrancada da gente sem piedade. E é assim que a gente se torna adulto. Perdendo os sonhos. E só o que resta pra gente, nesse sentido, é o intervalo. Fora isso, seguir em frente causando o maior estrago possível.

Trecho do livro "Os funerais do coelho branco - Nenê Altro"



Interlúdio:



Sugiro que você leia com calma e que antes de tudo respire fundo. Vou dizer clara e lentamente o que eu quero, mas não confunda as palavras.
Começando do início, o tanto que você se arrisca por alguém, demonstra, explica. Se analisarmos, nossa relação é um tanto quanto conturbada, e qual o motivo de EU ter que ser forte? Posso ser rude, demonstrar minha opinião, mas ninguém é de ferro, eu não posso ser assim o tempo inteiro, esse que é o problema, ninguém consegue ver o quão envolvida nisso tudo eu estou, e longe de mim querer ser vítima, mas eu sofro, e como sofro!
Se precisar eu grito para todos ouvirem o quanto eu gosto de você: E-U G-O-S-T-O D-E V-O-C-Ê! Porra, isso é difícil? Acho que na verdade todo mundo já sabe, ou pelo menos o bar inteiro que ouviu eu me desesperar numa mesa bebendo cerveja ruim, que falta me faz um uísque, que falta me faz você. O problema é que eu não sei nem de mim direito, imagina de nós. Eu quero me entregar por completo, mas não posso, você sabe que não posso! E assim passaremos anos, você esperando que eu te ame e eu esperando alguma atitude, eu cansei de ouvir. Você me machuca e parece que faz de propósito, me deixar é a menor das coisas, mas cuidado com o que fala, uma palavra me fez desabar em um copo amarelinho, afinal, me responda... Você acha que eu realmente não tenho coragem? Acha que é assim? Aparece alguém na tua vida, te faz mil juras e quer que você espere... esperar pelo que? Eu sinto muito, mas eu preciso sentir alguma coisa vinda de você, porque o que tem em mim já basta, cansei de gostar, cansei de me entregar e ouvir sempre a mesma coisa!
Se a tua intenção era me fazer sofrer pra me ver virar poema, pronto! Conseguiu! Estou aqui, com meu traseiro gordo na frente do computador tentando desesperadamente mostrar pra você que o que tem aqui dentro do meu peito é bem mais do que você imagina, e se acha que é assim, virar as costas e sair, ok, não tente, viva a sua mísera vidinha do mesmo jeito de sempre, eu acho um loosho no fundo! Acho digno de palmas certas atitudes, e no fundo eu sei, se for amor de verdade, se for pra acontecer, vai acontecer, você virando as costas e me deixando falando ou não, vire as costas quantas vezes quiser, meu bem, o amor sempre vai voltar assoprar na sua nuca, isso nos dias mais frios. Posso passar anos na deprê, mas tenho total consciência que eu tentei, tentei mesmo, largaria tudo, mas... mas... as coisa não como você quer.



"Então eu chegaria assim. Como quem não quer nada. Com a mesma cara de cachorro vagabundo. Te olharia como criança olha adulto. Por baixo sabe…Com cara de quem botou fogo no rabo do passarinho. Tiraria o cabelo dos olhos. E falaria qualquer coisa que simplesmente não ia servir. E você teria vontade de pular no meu pescoço. De bater em mim com o que tivesse em mãos. E eu falaria do seu jeito de falar. De como eu te amo quando fica brava. E você ficaria mais brava ainda. Mas me daria um sorriso. Aí eu falaria do seu sorriso. E a gente falaria um pouco sobre qualquer coisa que na verdade não interessa. Porque só interessaria mesmo estar ali. Senão você não sorriria pra meu olhar cretino. Senão não estaríamos ali… Nesse ritual de palavras que não deixa de ser maravilhoso. Protelando e protelando o momento de mais um beijo. Longo, apertado e vagabundo… como nós."


As vezes, tudo o que você precisa ao seu lado é uma pessoa que te ouça, ou café.
Preciso sentir alguém do meu lado, ou como diz uma das sua escritoras do coração: 
"Sentir algo que não seja dor é bom nessas horas."

terça-feira, 24 de abril de 2012



Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam.

- Jack Kerouac






Interlúdio:


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nada mais

É claro que ela se sente só, mesmo quanto sente o abraço apertado que há tempos esperava, que há tempos desejava. Ela pensara, que ele seria seu refúgio, mas mesmo entre os abraços e beijos dele, sabe que não está completa, que querendo ou não, ainda falta alguma coisa. Ela olha fixamente em seus olhos, e tanta coisa passa pela sua cabeça que tem medo dos pensamentos, sente um frio na alma quando lembra que precisa de mais, bem mais. Ela o quer por completo, quer a metade da laranja e não um terço, não quer demais, afinal, ela oferece tudo o que pode e mais um pouco, entrega de peito aberto todos os pensamentos que tem, entra em um estado total de transe, na qual se cérebro é guiado e posto em cima da imagem dele, dele, dele e nada mais.

A noite passou e o terço da laranja que tinha em suas mãos acabou virando zero, a solidão é a pior parte, é na hora que você percebe que a única certeza que tem é que gosta demais do que não tem, que tem tudo o que precisa ao seu redor mas quer o que é difícil, aventura? Amor? Paixão? Não sabe, só sabe que quer e que tenta, mas sofre, como não sofria há anos e não entende o que transcorre na vida e na mente.

Sentia que era observada, e gostava desse fato, queria que fosse assim todas as manhã, queria abraçar forte e dizer um belo "bom dia", mas que fosse seguido de "meu amor", mas não sabia se era amor e tinha certeza que ele não era "seu", e quando chegaria o dia de dizer olhando fundo nos olhos "MEU amor"? Se demorar? Ela espera... ela sabia que sempre desistia no meio do caminho, mas dessa vez tinha algo que falava, que gritava, que ela iria esperar, se o dia vai chegar? Ela realmente não sabe, sempre tem pensamentos negativos, afinal, todos que a rodeiam dizem que isso é sonho, que não passa de ilusão, mas ela não quer aceitar o fato de que ele nunca será dela, só dela.

Fazia frio, ela tinha vontade de ficar ali a tarde toda, ao seu lado, mas ele não.

Ela tinha quase certeza que nada teria graça sem ele, mas de certa forma ele sempre estava próximo, ele morava na sua mente, ele invadia o espaço onde ela estava e virava uma fina névoa que pairava sobre sua face, ela mesma o criara.

Dorme menina, esse mundo não merece sua tristeza.

Até a música mais sem graça do mundo fazia ela lembrar dele, era como se ele fosse uma alma penada, ou coisa que valha, ela tentava, mas não conseguia se livrar, qualquer palavra e qualquer gesto de qualquer outra pessoa remetia seus pensamentos nele, ele era matéria quando estava na sua imaginação, ele vivia lá, havia se abrigado dentre todos os outros pensamentos, seu espaço era maior que todas as outras coisa, claro.

Ele era ela, ela era ele, ela sentia ele, ela ouvia sua voz chamando seu nome, lembrava do abraço, ela era ele, ele era ela. Sem mais.
Te amo como as begônias tarântulas amam seus congêneres, como as serpentes se amam enroscadas lentas algumas muito verdes outras escuras, a cruz na testa lerdas prenhes, dessa agudez que me rodeia, te amo ainda que isso te fulmine ou que um soco na minha cara me faça menos osso e mais verdade. Hilda Hilst

Tumblr_lw5ub3z1wq1qfi46wo1_400_large

quinta-feira, 19 de abril de 2012

E eu que tantas vezes passei de cabeça erguida por cima do amor, pensei com meus botões: "Dessa água não beberei", triste engano, pois o que me ocorreu foi que bebi mais uma vez e estou mais uma vez aqui, me afogando com a água que neguei. Me sinto tão perdida que meus dedos já não encontram o fim do poço e fico nessa bolha, flutuando e esperando o momento que ela estoure - como sempre ocorre - e eu fique sem ar, totalmente sem âncoras. Por vezes me pego pensando em teu abraço, teus beijos e lembrando o quão doce é seu cheiro, conto as horas para poder te ver, coisa de adolescente mesmo, mas não consigo evitar, você me deixou assim e agora já é tarde para me arrepender, desistir ou coisa que valha.