terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Deixei meu blog restrito, juro ser por pouco tempo...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Veio falar comigo cheio de eufemismos, como se precisasse. Falou que gostava das ondas que formavam em meu cabelo, depois que o suor escorria de tanto eu dançar ska, eu disse que isso era a coisa mais nojenta que me falaram, foi ai que parou com a série de eufemismos. Sorriu.
Me disse que eu era a guria mais bonita, e todas aquelas coisas que um menino te fala quando quer te comer. Eu sorri. Era de dó, sabia que ele era dois anos mais novo do que eu e que nunca tinha aberto um livro na vida, vocês sabem que um menino mais novo é problema, não é?
Ele tinha um cheiro agradável, as vezes me lembrava amêndoas, se fosse uma menina eu o chamaria de Lolita, afinal era tão ingênuo quanto uma menininha e tão cheiroso quanto a lembrança que me remete a Nabokov. Mas me tirava o ar.
Me falou de filosofia, como se entendesse do assunto, me disse dos chakras e de coisas de hippie, achei inapropriado para o momento e local, mas isso foi ousado, afinal, tinha 1% de chance de eu gostar... gostei.
Jogou verde inúmeras vezes, umas eu percebi na hora, desbaratinei e delicadamente fugi do assunto, outras vezes... colheu maduro.
Eu tinha vontade de me apaixonar por ele, apesar de ser tão bobo era uma boa pessoa, gostava de música boa, pelo menos. E não bebia kaiser, tudo, menos kaiser. Falou que kaiser tinha gosto de nescau e que nescau era ruim, eu ri, mas não me apaixonei de imediato. Depois desse dia ele me procurou inúmeras vezes, chegou a me mandar bombom, ele sabia que eu preferia chocolate branco, andei falando para ele, não me lembro quando. Demorei um tempo para gostar da situação, passaram-se meses, quando comecei a gostar nem esperei ele aparecer, resolvi ser decidida igual ele, liguei na mesma hora. Uma semana depois ele sumiu do mapa.