“No curso dos anos ambos chegaram por caminhos diferentes à conclusão sábia de que não era possível morar juntos de outro modo, nem se amarem de outro modo: nada neste mundo era mais difícil do que o amor”Gabriel Garcia Marquez, em “O Amor nos Tempos do Cólera"
sexta-feira, 30 de maio de 2014
O Amor, que não ousa dizer seu nome
"O Amor, que não ousa dizer seu
nome,"
Bateu-lhe à porta, ao acaso, um dia.
E ele, inebriado pela cotovia
(que paira à janela, mas depois some...),
...
Sentiu crescer, súbito, na alma, u'a fome
De algo que, até então, desconhecia.
Desejo... estranheza... culpa...
agonia...!
Desce aos umbrais, na angústia que o
consome!
...
... Porém, depois das lágrimas enxutas,
Chamou a cotovia, deu-lhe frutas,
E sorveram, um no outro, a própria
essência.
...
E ambos, nessa atração de semelhantes,
Num cingir de músculos, os amantes
Ergueram-se aos portais da
transcendência.
Oscar Wilde, 1876
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Mágoa
Duvido que ele consiga alguém
pra, você sabe, acordar todo dia quatro da matina, ter o cuidado que sempre
tive e o safado despreza, nem pagou o último mês, malando, quatro horas, todo
dia, segunda a sábado, capinava, colocava esterco, aparava, que mais que ele
queria?, quatro horas não é fácil não, todo dia, segunda a sábado, o safado,
filho da puta, que valor a gente tem nessa vida, uai?, mas outro como eu ele
não encontra, malandro, só quer saber de ganhar, quatro horas, segunda a
sábado, todo dia, e agora, o que é que eu vou fazer com o despertador que
comprei depois que o galo Inácio morreu? Vigarista, me passou a perna. Quatro
da matina. Todo dia.
Por Whisner Fraga
quarta-feira, 28 de maio de 2014
O amor...
Durante toda a vida procurei por um amor que me tirasse de mim, me fizesse perder o rumo e a noção das coisas. Procurei um amor leve e ao mesmo tempo pesado, daquele que te deixa totalmente desorientada, segura e eternamente apaixonada. Afinal, o amor é isso, o amor é aquela parte boa da vida que precisa te acordar, é como aquele beliscão que você pede quando algo surpreendente acontece... dói... mas te faz perceber que a vida não é só a camada superficial e sem graça que até então você conhecia.
Não que eu tivesse noção exata do que era, mas eu sempre imaginei que viver não era só isso... esses dias cinzas em que as pessoas correm atrás de nada.
Me sinto como se fosse uma das poucas pessoas que enxergam por detrás do espelho, me deixaria levar eternamente pelo amor e pelo simples fato de me sentir verdadeiramente viva diariamente. Só quem prova disso sabe qual é a sensação de acordar todos os dias e pensar: "Eu sou feliz pra caralho". Não preciso de muito para ser feliz, na verdade quem precisa de muito é, na verdade, por sentir-se a cada nova "conquista" mais e mais vazio. A maior conquista é sorrir e falar com os olhos o quanto ama, é pegar na mão e sentir o outro te preenchendo por inteira, é beijar e sentir o quanto sua alma andou perdida por ai... Ah, o amor, coisa aguda e BOA, presença boa, sentimento bom...
Caralho, como eu era feliz.
terça-feira, 27 de maio de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
O amor segundo Fernanda Young
"O que é amor para mim?
Não temer o outro, seja lá no que for, contar com o outro.
A mágoa é possível, mas não deixar que a mágoa se transforme
em amargura e rancor. Ainda sou assustada com as pessoas com as quais me
relacionei: aquela cultura machista.
É claro que existem as exceções e as exceções são bárbaras.
Eu convivo com uma há dez anos: o meu marido.
Os ritmos estão muito hedonistas, falta paciência.
As pessoas terminam os relacionamentos porque querem grandes
excitações.
Sou a favor da unidade familiar, principalmente se as
crianças estiverem envolvidas, mas desde que seja suportável.
Traição é uma droga.
E não pela traição.
O ser humano não quer dividir seu amor. o amor requer
paciência e um tempo filosófico para você se questionar.
Não é o caminho do maior peito, de plástica ou então ficar
trocando de paixão pelo resto da vida.
Se você quer que ele dure (o amor) tem que perdoar
sempre."
- Para Fernanda Young, amar é acreditar
quarta-feira, 14 de maio de 2014
...
O amor e uma lembrancinha de R$1,99 não são a mesma coisa. Mas
infelizmente ele é tratado dessa maneira muitas vezes, como uma tralha que você
compra no Paraguai e quando chega em casa percebe que nunca vai usar na vida ou
como um daqueles celulares de 1001 utilidades que logo que o primeiro
aplicativo deixa de funcionar ou se torna sem graça, é descartado e
desmerecido, mesmo ainda tendo outras 1000 utilidades.
Como qualquer outra coisa, o amor precisa vir com o pacote
completo, com dor, cobranças, cismas, queixas e tantas outras que são tão
válidas quanto os afagos, declarações, alegrias etc. Se não fosse isso, seria
um comercial de margarina, chato... falso.
A comodidade do descarte é encantadora, merecedora para quem
ama. Quem ama, precisa ter a certeza de que pode abrir mão do amor a qualquer
momento, ser livre sendo preso. O amor é brutal e é fácil reconhecer isso, ele
faz você sofrer mais do que qualquer outra coisa pode fazer, é como se você
andasse constantemente com uma dorzinha que nunca passa, chega a encher o saco
e te fazer rezar para passar, mas quando passa – se passa - você percebe que
não é a mesma pessoa de antes e que depois sua vida vai ser outra,
completamente diferente.
Quando se ama, se divide, divide felicidades, traumas,
medos. E se você não leva em consideração as fraquezas de cada um, acaba
tirando um talho muita grande da vida do outro, deixando o trauma virar dois
traumas.
Quando você percebe que todas as pessoas, assim como você,
possuem seus problemas, começa a aceitar a imperfeição alheia e ajudar a dar a
mão na hora de sair do poço das angústias, o amor te faz um bem incrível, mesmo
te machucando. Hoje eu sinto que o amor, por muitas vezes acaba fazendo melhor
para quem ama do que para quem é amado. O amor te muda dos pés à cabeça, faz
você dar de si o melhor que pode, o maior que pode.
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