segunda-feira, 16 de julho de 2012

Um segundo

Senti na pele o frio de uma noite sozinha, sacando, definitivamente que ninguém pode amar tanto, ao ponto de sacrificar os caprichos. Escolhi ficar assim, escolhi não mais sentir.
Calei.

***

Comerei kit kat's e ficarei em meu canto, com um cigarro em uma mão e um bom livro na outra. Não quero mais discutir literatura, me revoltar com a falta de delicadeza alheia ao falar mal dos meus autores favoritos. Não trocarei figurinhas e nem jogarei tazo. Ficarei na minha.
Me revoltei o suficiente com a esperteza de quem sabe manipular a mente, quando finge não irritar, tocando nas feridas mais profundas.
Doei e esperei. Passei a noite em claro, esperando para te contar da minha decisão, queria agarrar sua mão, mas você me soltou e ainda afirmou, não era amor.
Ouvi palavras de você que me surpreenderam de uma forma que me fez analisar casos antigos, quem sabe eu não esteja mesmo perdendo tempo? 

***

Sai com um antigo rolo, descobri que um é pior que o outro, os dois não toleram os gostos alheios, os dois preferem me julgar do que me compreender. É tudo igual, no fundo é tudo a mesma coisa, mesmo. Beijei tentando sentir aquele frio na barriga, sabe? Senti vontade de vomitar, mas para não ficar feio, acabei fingindo ser bom.
Dormi em braços alheios, juro que não foi a mesma coisa, não querendo ser dramática nem nada, mas é que ele virou aquela bunda gelada para o meu lado, fiquei com dó dele, dele e de mim, no fundo. Quero sentir seu cheio, quero sentir tua respiração.
São quase 2 da madrugada. Lembrei de um piadinha tua, ri. Ele pensou que eu estava pirando, falei que ele não era o que eu estava procurando. Fiquei preocupada com o garoto e tudo, estava tão ansioso, fiquei com dó de novo.
Queria poder falar da vida com alguém, mas quando você fica com esses rolos antigos, eles insistem em querer ficar lembrando do passado, acho isso um saco, afinal, na maioria das vezes eu não lembro de nada e acabo me passando por doente da cabeça. Eu quero falar do futuro, fazer planos e essas coisas que eu fazia antes, juntar uma graninha para colocar na poupança e pensar: "Essa grana vai pro enxoval". Tem planos que dependem de quem está ao seu lado, lógico, mas odeio destruir planos por falta de companhia para realizá-los.

***

Certa vez me falaram que eu seria a velha dos gatos, que viveria em uma casa cheia de bichanos, que cuspiria bolas de pelos, como eles. Acho que essa é a ideia mais próxima, no momento. Estou tão só que viraria a velha dos gatos só para poder receber em casa aquelas crianças adoradoras de animais.

***


Interlúdio:

O nosso amor não vai olhar para trás

Desencantar nem ser tema de livro
A vida inteira eu quis um verso simples
Pra transformar o que eu digo



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