segunda-feira, 16 de janeiro de 2017



"-Eu sou a Alice, sempre fui a Alice". Foi o que te disse enquanto dávamos mais uma tragada no cigarro. Eu era Alice Ayres, aquela garota de cabelos coloridos e roupas estranhas, que sempre foi menor, trabalhando em uma cafeteria e quem sabe te esperando de uma viagem que você definitivamente não deveria ter feito, ou que deveria ter ficado menos e deixado de pensar um pouco em dinheiro. Eu sempre me senti muito Alice, sempre te pedi para cuidar dos meus machucados, achando que minha juventude te faria sempre querer ficar. Eu fui Alice quando larguei tudo para estar sempre ao seu lado, eu fui Alice quando tirei as cores do cabelo e me tornei a mulher que você exigia que eu fosse, fui Alice ao ter 20 anos e ter que te ver ir dormir com outra todos os dias, fui Alice quando você se gabava da idade das suas novas parceiras, fui Alice quando te implorava para ficar e grudava em você para que ficasse, fui Alice todas as vezes que fiquei chorando enquanto você saia por aquela porta como se eu fosse mais uma qualquer, fui Alice quando pedia para que terminasse de uma forma que não tirasse o valor do nosso amor, fui Alice até o momento que eu não consegui mais acreditar no que me falava: "- Me mostra! Cadê esse amor? Eu não o vejo. Não posso tocar nele. Eu não sinto. Eu te ouço, escuto umas palavras... mas não posso fazer nada com suas palavras vazias."
Eu fui Alice até o momento que percebi que na verdade eu era muito mais Jane Jones que Alice.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

5 de janeiro

Acordei com 13 notificações no celular, fui olhando uma por uma com o coração quase saindo pela boca. Esperei uma mensagem a meia noite mas não teve. Nenhuma das 13 notificações era a que eu realmente esperava, mesmo realmente sabendo que jamais seria. Talvez eu e meu simbolismo com números e datas seja acima do das outras pessoas e talvez no decorrer do seu dia você sequer lembre daquele 5 de janeiro, onde eu estava feliz como nunca tinha sido. Fico feliz por você estar longe e ter conseguido isso, eu não conseguiria e isso ainda é um peso gigante nos meus ombros, me apeguei demais a todas as lembranças que deixamos por aqui.
Eu me arrependo de várias coisas, por toda a dor e sofrimento que passei nos últimos 5 anos preferia não ter te beijado naquele dia 16 de abril, queria não ter te conhecido, mas isso não podemos mudar, escolher, prever... então sou grata, eternamente grata pelas balas de melão, pela mão suada, pela viagem para a ilha do mel e principalmente pelo dia 5 de janeiro de 2013 onde eu digo com toda a certeza do mundo: Foi o dia mais feliz da minha vida, seguindo nossa teoria sobre felicidade efêmera.
Eu te amo demais e torço para que você lembre desse dia da mesma forma que eu lembrei.