quarta-feira, 23 de julho de 2014

As suas coisas

Você esqueceu suas meias penduradas no varal, eu recolhi e guardei para você. Venha buscar as digitais que deixou em mim, os copos quebrados e os sonhos que fez-se perder em mim. Finja que esqueceu tudo isso aqui e venha buscar, pegue a sua camisa do cabide. Guardei o que sobrou da paz, essa podemos dividir em partes iguais já que o que tem é pouco. Não vou pedir para levar o que restou do nosso amor, esse eu sei que está velho demais, feito de trapos que fomos recolhendo do chão e que esquecemos de juntá-los, apenas um amontoado de lembranças apagadas e rasgadas.

Aqui faz sol, posso colocar suas coisas lá fora para que saia o cheiro da angústia, mas não peça para eu ter cuidado, não me resta outra opção além de me desfazer das suas coisas que agora são mais suas que nunca.

7 comentários:

  1. Lindo, delicado, sutil... Imaginei-a recitando, coisa frágil esse amor...

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  2. Eu gostei. :)

    Obrigado pelos comentários no blog.

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  3. Bem disse Gyzelle, delicado e muito.
    Tais términos sempre rendem o que escrever, e de qualquer modo, o amor sempre se sobrepõe à mágoa.

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  4. Lindo, maravilhosa a forma como usa as metáforas *--*
    Obrigada pela visita! *-*

    http://diferente-mentee.blogspot.com.br/

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