terça-feira, 12 de agosto de 2014

amor

Quando você bateu a porta eu corri para o banheiro e tomei banho com a água mais quente possível, para tirar todas as suas digitais de mim. Sequei cada milímetro do meu corpo e antes mesmo de terminar já fui pegando a escova de dentes e tirando todos os restos de você, expurgando esse fantasma. Saindo do banheiro, coloquei aquela música que eu adoro e que você não suporta, troquei a roupa de cama e me joguei em lençóis com cheiro de amaciante para cantar bem alto, repetidas vezes a mesma música. Pensei no que estaria acontecendo se você estivesse aqui. Provavelmente você estaria falando sobre as coisas chatas que acontecem na sua vida ou me induzindo a sonhos que, com você, são impossíveis. Comecei a lembrar dos nossos planos, da nossa tão sonhada casa de frente ao mar e da nossa vontade de ter um cachorro. Lembrei das nossas economias e vontade de trabalharmos menos.
Só então que eu percebi que você não sai da minha cabeça... nunca. Isso me deixa confusa, mas acho que amor é assim mesmo, algo que não tem lógica, explicação científica ou coisa que valha.

2 comentários:

  1. Não adianta tentarmos de todas as formas expulsar o amor, Jhe. Ele sempre resiste e persiste.

    Ótimo texto, você havia sumido do blog! Beijos.

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