segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sou um rio, então. Sorria.


E diante do lago largo eu me atirei.
Água turva, calma, escura.
Não se via o fundo, eu estava à beira, à margem.
Entrei.
Primeiro os pés, depois todo o resto.
Respirei fundo e mergulhei.
É, Eu não sabia nadar.
Nem amar, nem voltar.
Queria apenas ficar.
Abracei, fui cada vez mais além.
Perdi o ar, mas continuei a mergulhar.
Em silêncio, nadei.
Meu único sentido permitido era a visão.
Olhar.
Eu não falava, não ouvia, não sentia o gosto.
Era um mergulho solitário, contemplativo, libertador e único.
Era preciso, doído, mas necessário.
E agora eu sinto, cada vez mais forte, que vim de água doce.
E com certeza não desaguarei em (a) mar.

Autor desconhecido.

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