"O Amor, que não ousa dizer seu
nome,"
Bateu-lhe à porta, ao acaso, um dia.
E ele, inebriado pela cotovia
(que paira à janela, mas depois some...),
...
Sentiu crescer, súbito, na alma, u'a fome
De algo que, até então, desconhecia.
Desejo... estranheza... culpa...
agonia...!
Desce aos umbrais, na angústia que o
consome!
...
... Porém, depois das lágrimas enxutas,
Chamou a cotovia, deu-lhe frutas,
E sorveram, um no outro, a própria
essência.
...
E ambos, nessa atração de semelhantes,
Num cingir de músculos, os amantes
Ergueram-se aos portais da
transcendência.
Oscar Wilde, 1876
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agora ANÔNIMOS não poderão mais comentar. Faça login para a caixa de comentário aparecer.