segunda-feira, 27 de junho de 2016

Não é você

Não, não é o garoto perfumado da área de filosofia da Biblioteca Pública do Paraná e não é o rapaz que lê Faulkner de pernas cruzadas no sofá do Pátio Batel. Poderia ser o engenheiro florestal do aplicativo e que tem um bom conhecimento em acampamento, mas também não é esse. O rapaz de 1,98m da editora, lindo e que parece o Hozier; o ex-namorado que tentei investir por um bom tempo; o moço com traços indianos que conheci na Trajano Reis enquanto tentava esquecer um amor velho; o amigo bonito e inteligente do meu irmão; o atendente da livraria que recita de cor o Poema em linha reta; também teria grandíssimas chances de ser o ex ficante que me chamou para ir ao show do Escambau e que renderia filhos lindos e loiros, mas não é! O enfermeiro, o baterista, o vizinho, o poeta, o nerd, o baixinho do quarto andar, o britânico do sotaque perfeito, o que é apaixonado por kart, o que voltou agora do intercâmbio, o que fiz sexo casual na semana passada, o que me deve aquele chá das 18h no paço, o que me pediu para ficar, o que me levou para almoçar as 14h da tarde, o japonês, o vendedor, o ex-escoteiro, o que toma bala em rave, o que transa bem mas é feio, o que diz eu ser a garota mais inteligente... Não é nenhum desses e eu sei, não me pergunte, mas eu sei! Pode ser lindo, pode ser inteligente, pode parecer o melhor... Mas não é, não escolho, não me esforço e não tenho mais 20 anos para me forçar ficar apaixonada por mais de uma semana, eu quero paixão sem me cobrar, quero sentir a taquicardia, quero o frio na barriga e as mãos suadas, quero chorar de amor, quero olhar nos olhos e ter certeza, quero amar sem lembrar do resto, quero me perder, quero ser natural, sem esforço. Quero me dar por inteira, cada pedaço de mim, quero unir cada pedaço do meu ser, quero encontrar aquele que me olhe nos olhos e que não precise falar mais nada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agora ANÔNIMOS não poderão mais comentar. Faça login para a caixa de comentário aparecer.