O amor e uma lembrancinha de R$1,99 não são a mesma coisa. Mas
infelizmente ele é tratado dessa maneira muitas vezes, como uma tralha que você
compra no Paraguai e quando chega em casa percebe que nunca vai usar na vida ou
como um daqueles celulares de 1001 utilidades que logo que o primeiro
aplicativo deixa de funcionar ou se torna sem graça, é descartado e
desmerecido, mesmo ainda tendo outras 1000 utilidades.
Como qualquer outra coisa, o amor precisa vir com o pacote
completo, com dor, cobranças, cismas, queixas e tantas outras que são tão
válidas quanto os afagos, declarações, alegrias etc. Se não fosse isso, seria
um comercial de margarina, chato... falso.
A comodidade do descarte é encantadora, merecedora para quem
ama. Quem ama, precisa ter a certeza de que pode abrir mão do amor a qualquer
momento, ser livre sendo preso. O amor é brutal e é fácil reconhecer isso, ele
faz você sofrer mais do que qualquer outra coisa pode fazer, é como se você
andasse constantemente com uma dorzinha que nunca passa, chega a encher o saco
e te fazer rezar para passar, mas quando passa – se passa - você percebe que
não é a mesma pessoa de antes e que depois sua vida vai ser outra,
completamente diferente.
Quando se ama, se divide, divide felicidades, traumas,
medos. E se você não leva em consideração as fraquezas de cada um, acaba
tirando um talho muita grande da vida do outro, deixando o trauma virar dois
traumas.
Quando você percebe que todas as pessoas, assim como você,
possuem seus problemas, começa a aceitar a imperfeição alheia e ajudar a dar a
mão na hora de sair do poço das angústias, o amor te faz um bem incrível, mesmo
te machucando. Hoje eu sinto que o amor, por muitas vezes acaba fazendo melhor
para quem ama do que para quem é amado. O amor te muda dos pés à cabeça, faz
você dar de si o melhor que pode, o maior que pode.
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