
Vem, entra! Só não repara, não. Eu mudei algumas coisas de
lugar, consertei algumas mágoas. Te chamei aqui para você ver a cara nova que
eu dei em tudo, mas tira o sapato para entrar, não quero mais que você marque o
chão ao pisar. Transformei tudo em uma versão que você não conhece, joguei fora
aquilo que era desnecessário e que me matava. Talvez você não reconheça o
local. Pode abrir as gavetas, os armários todos, repara nas paredes vazias e
limpas das cicatrizes. O tempo foi capaz de arrumar o que você quebrou, tirou o
visgo e suor dos móveis. Olha as cores, você nunca reparou quando elas estavam
ai e nem quando foram embora, agora elas voltaram e esperam por alguém que as
repare.
Fiz um bolo para você, vamos sentar e tomar café, quero te
contar do tempo em que as coisas não foram fáceis para o meu coração, das
tempestades que passei com o teto esburacado onde não havia ninguém para me ajudar a impedir que a chuva entrasse. Agora senta e ouve. Quero te lembrar do que me disse na última vez
que nos vimos, quando falou sobre querer um tempo para você. Me deixou de lado
como se eu fosse um utensílio inútil. Quero te contar como esse tempo me ajudou, como
você conseguiu fazer meu amor se calar, eu deixei tudo para trás e quero ver
como vai reagir, se vai doer. Vem, entra.
Gostei do texto, representa bem uma situação que vivi recentemente...
ResponderExcluirCreio que às vezes não nos damos conta de que quem precisa de um tempo, realmente, é a gente!!
Parabéns pelo texto e uma boa noite.
O tempo que temos é o tempo que temos para viver, Carol. Eu simplesmente acho que ninguém merece esperar a indecisão de uma pessoa sobre o amor, se há indecisão é que não existe amor.
ExcluirObrigada! :)
xiii!
ResponderExcluirAmor recantado? ESpero que de certo.
O pior é quando o outro vai, volta, e espera encontrar tudo no lugar de sempre, O amor tudo suporta, eu ate concordo, mas ele é nobre demais para mendigar.
ResponderExcluir