quarta-feira, 25 de junho de 2014
O amor não é para os fracos...
Amor é o que fica depois do desespero.
Amor é o que fica depois da vingança.
Amor é o que fica depois da solidão.
Amor é o que fica depois das brigas.
Amor é o que fica depois da bebedeira.
Amor é o que fica depois da fofoca.
Amor é o que fica depois das dúvidas.
Amor é o que fica depois do orgulho.
Amor é o que fica depois dos gritos.
Amor é o que fica depois da raiva.
Amor é o que fica depois dos erros.
Amor é o que fica depois da cobrança.
Amor é o que fica depois do cansaço.
Amor é o que fica depois de ir embora.
Se o amor ficou depois de tudo,
não finja que ele é nada.
Amor é o que fica depois da vingança.
Amor é o que fica depois da solidão.
Amor é o que fica depois das brigas.
Amor é o que fica depois da bebedeira.
Amor é o que fica depois da fofoca.
Amor é o que fica depois das dúvidas.
Amor é o que fica depois do orgulho.
Amor é o que fica depois dos gritos.
Amor é o que fica depois da raiva.
Amor é o que fica depois dos erros.
Amor é o que fica depois da cobrança.
Amor é o que fica depois do cansaço.
Amor é o que fica depois de ir embora.
Se o amor ficou depois de tudo,
não finja que ele é nada.
Carpinejar
Não poderíamos ser apenas amigos
Se eu não te desejasse de manhã, de tarde e de noitinha, nós
poderíamos ser apenas amigos. Se nosso beijo não encaixasse, nossas mãos não se
procurassem e nosso corpo não formasse a união perfeita, nós poderíamos ser
apenas amigos. Se naquele exato momento eu tivesse ido com mais cautela, nós poderíamos ser apenas amigos. Se eu não tivesse te entregado todos os meus sonhos, deixado
você me carregar nos braços e te ninado nas noites de tempestade, nós poderíamos
ser apenas amigos. Se eu não tivesse deitado na sua cama e se não tivesse me
entregado ao seu calor, nós poderíamos ser apenas amigos. Se minha existência
não fosse plena apenas quando estou ao seu lado, se você não completasse todos
os lugares vazios da minh’alma, nós poderíamos ser apenas amigos. Se eu não tivesse acomodado minha cabeça no seu peito de batidas desordenadas e não tivesse tentado te fazer ficar mais calmo, nós poderíamos ser apenas amigos. Se eu não tivesse cuidado de você nos momentos de enfermidade e você não tivesse procurado trocar meus band-aid's, nós poderíamos ser apenas amigos. Se você não tivesse me olhado com esse olhar de águia, não tivesse me chamado para conversar e não tivesse me pedido para ficar mais um pouco, nós poderíamos ser apenas amigos. Se eu não
sentisse falta do seu corpo, se eu não tivesse te chamado para dançar na chuva,
nós poderíamos ser apenas amigos. Se não fosse você quem fez surgir meu sorriso
de manhã, de tarde e de noite, nós poderíamos ser apenas amigos. Se eu não tivesse entregado minhas palavras tortas para você transformar em poema, nós poderíamos ser apenas amigos. Se não nos entendêssemos
sem a utilização de qualquer palavra, nós poderíamos ser apenas amigos. Se você
não fosse a parte mais intensa e profunda da minha vida, nós poderíamos ser
apenas amigos. Se eu não tivesse certeza que um amor assim só se encontra uma vez na
vida, nós poderíamos ser apenas bons amigos.
Buraco da parede
(Foto: Ahn Jun)
quinta-feira, 12 de junho de 2014
“O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua
nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos
parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele
atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto,
polvilhando de cinzas o escarlate das unhas.”
Carta para quem quiser ser dele
Você vai não entender ele muitas vezes, ele é confusão pura na maioria do tempo, isso é apaixonante mas as vezes vai dificultar sua vida. Por vezes ele te olha apaixonado, outras ele fica com o olhar perdido. Mas entenda que se ele te ama, ele sempre vai estar com você no coração.
Ele gosta de surpreender, mas muitas vezes acaba se tornando comum, a rotina faz isso com ele.
Nunca fale que ele é nojento, mesmo que essa palavra não tenha peso para você, ele a considera muito forte.
Ele fica arrepiado com beijo na nuca, mas se você assoprar ele tem cócegas.
Tenha atitude, muitas vezes ele tem vontade de fazer as coisas mas acaba não arriscando. Mas cuidado, não seja muito impulsiva.
Quando pegar na mão dele, pega com força, ele não gosta de mulher mole. Ah, já vou avisando... as mãos dele costumam suar, se você tem nojo disso, larga ele de uma vez que isso não é amor.
Ele sonha em ir ao Chile, realiza o sonho dele por mim.
Ele odeia pernilongo - mesmo chamando sempre de mosquito - e insiste em ligar o ventilador para espantá-los, aceite, mesmo passando frio a noite toda. Eu faria qualquer coisa para ficar ao lado dele na cama por mais uma noite.
Quando for comprar um chocolatinho, leva um snickers para ele, ele adora.
Vá a Ilha do Mel com ele, deitem na areia, contem as estrelas, segure na mão dele... isso vai nutrir a relação de vocês, quando eu estive com ele não tínhamos nem condições de ir ao bar da esquina, provavelmente as coisas vão ser melhores para vocês, então aproveite isso.
Vá a Ilha do Mel com ele, deitem na areia, contem as estrelas, segure na mão dele... isso vai nutrir a relação de vocês, quando eu estive com ele não tínhamos nem condições de ir ao bar da esquina, provavelmente as coisas vão ser melhores para vocês, então aproveite isso.
Ele prefere massagem do que carinho.
Você pode até não gostar de Chico Buarque e Los Hermanos, mas coloque bem alto para ele ouvir, não tem alegria maior que ver ele cantando a todos pulmões, com os olhos brilhando.
Você provavelmente vai ter um problema com ele... Ele costuma andar muito rápido e vai te deixar para trás, se isso acontecer, entenda que ele faz sem pensar, não ache ruim.
Ele, muitas vezes, demora para responder suas mensagens mas quando você faz isso ele fica putinho, não dê mole se não ele vai ficar se achando o reizinho.
Escreva cartas de amor para ele, ele fica com os olhos brilhando tanto quanto se tivesse ganhado o melhor presente do mundo.
Eu dei um colete de presente a ele no nosso aniversário de dois anos, ele nem chegou a usar comigo, por isso, não perca a oportunidade de pedir para ele se arrumar da maneira que ele tanto gosta e leve-o para jantar.
Se você souber solucionar o cubo mágico, tente ensinar a ele.
Eu dei um colete de presente a ele no nosso aniversário de dois anos, ele nem chegou a usar comigo, por isso, não perca a oportunidade de pedir para ele se arrumar da maneira que ele tanto gosta e leve-o para jantar.
Se você souber solucionar o cubo mágico, tente ensinar a ele.
Nunca deixe de elogiá-lo, ele se sente bem com isso (quem não se sente?), ele tem tantas qualidades que é difícil de numerá-las, eu sei, mas tente.
Quando ele ficar irritado em uma discussão, fique quieta e quando as coisas acalmarem, converse. Ele só vai perceber que estava errado depois que a briga terminar e vocês já tiverem se magoado bastante.
Se doe por completa para ele mas nunca se esqueça que o que ele gosta é de ser livre, se ele não retribuir, tente entender.
Faça pudim, ele adora, mas não deixe ele fazer a calda, ele vai deixar muito tempo no fogo e vai acabar amargando o pudim todo.
Faça pudim, ele adora, mas não deixe ele fazer a calda, ele vai deixar muito tempo no fogo e vai acabar amargando o pudim todo.
Ele é muito romântico quando está com disposição, quando eu estava com ele, ele sempre voltava para dar mais um beijinho depois da despedida, só não se iluda, ele não vai fazer isso com você, ele só faz isso com o amor da vida.
Quando estiver chovendo, ele vai tentar proteger seu cabelo para que não molhe, mas se isso acontecer, arranque o guarda-chuva da mão dele e o chame para tomar um banho de chuva, aposto que você vai fazer ele se sentir muito feliz.
Quero que entenda que essa carta é um adeus que estou dando a ele, agora ele está pronto para viver a liberdade que sempre desejou, sem peso na consciência por ter deixado um amor para trás, por isso, não fique com ciúmes de mim. Viva o hoje, amanhã você poderá sentir uma falta gigante dele.
Essa carta é para abrir seu caminho, vamos considerar uma carta de alforria. Só te peço, acima de qualquer coisa... Faça ele feliz, deguste cada sorriso que ele te der, faça ele bem, dê a ele a paz de um amor tranquilo, coisa que eu não pude dar.
Faça o que eu não pude fazer.
Com açúcar, com afeto.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Two
But you packed up your clothes in that bag every night
I would try
to grab your ankles, what a pitiful sight
But after over a year, I stopped trying to stop you
From
stomping out that door, coming back like you always do
Well no
one's gonna fix it for us, no one can
You say
that no one's gonna listen, no one understands
So there's
no open doors, there's no way to get through
There's no other witnesses, just us two
There's two
people living in one small room
From your
two half-families tearing at you
Two ways to
tell the story, no one worries
Two silver
rings on our fingers in a hurry
Two people
talking inside your brain
Two people believing that I'm the one to blame
Two
different voices coming out of your mouth
While I'm
too cold to care and too sick to shout
terça-feira, 10 de junho de 2014
Fumando mais um cigarro, ele constatou que já havia passado
tempo demais desde que tudo aconteceu. Quando ela o encontrou, sentado na
escada, reflexivo, pensou que já era tempo de unir o que o tempo marcou. Se
aproximou dele, acendeu um cigarro também. Perguntou se ele se perdeu pelo
caminho. Ele, olhando de soslaio só deu mais uma tragada. Sem resposta, ela
considerou em voz alta todo o tempo que passou. Durante todo esse tempo, ele
subsistiu apenas na sua própria mente. Ela, pronunciando palavras sufocadas e
ele em um universo qualquer, universo que ele criou para pode viver sem ela.
Quando ela sentia que não ia ter qualquer resposta, ele assegurou:
- Já não há mais tempo para nós.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Nós e os livros
Você e a sua semelhança
Você teve nas mãos todas as oportunidades de se mostrar alguém realmente bom de coração, cativar, motivar, amar. Mas não fez. Talvez por egoísmo, talvez por medo ou por qualquer um dos motivos que você sempre deu.
Você decidiu machucá-la, como ninguém nunca fez, ela te deu de bandeja sua parte mais frágil, o amor. E você resolveu viver prevendo e antecedendo o futuro. No fundo ela nunca gostou disso, sempre disse para você que o que vale é viver a vida e só, sempre te falou que só temos uma vida e não temos que ficar pensando no que pode ou não acontecer amanhã ou depois. O momento para ela, sempre foi a joia mais rara e você conseguiu estragar isso com a simples vontade de prever o futuro, querer se entregar ao amanhã e não viver o hoje, não se dedicar como ela se dedicou a você.
E pode saber que o que ela mais deseja, do fundo do coração, é que realmente seja isso, que você não seja como todos os outros caras foram, mesmo todos os indícios levando-a a pensar isso. Ela confiou em você e acaba tendo medo de constatar a verdade.
Quando alguém se entrega a você, apenas retribua, faça essa pessoa feliz, faça essa pessoa se sentir importante e amada. Eu sei que não adianta falar nada, você tem o péssimo costume de achar que é dono da verdade. Só espero que você não constate que o amor precisa de cuidados e de carinho depois de ficar sozinho e perceber quantas pessoas que te amam você conseguiu perder.
Ela ainda fui tola, de tentar pela última vez te mostrar isso. Mostrar que as pessoas não precisam de juras eternas para serem felizes, não precisam saber de amanhã ou depois. Agora, temos plena certeza que não vai ser aqui que você vai aprender isso, a sabedoria e o arrependimento infelizmente vem com o tempo.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Enquanto você não vem...
Enquanto você não vem eu me desmancho inteira, feito
dente de leão no vendaval; acendo mais um cigarro; pego mais um copo; fico com mais
uma ruga; deixo queimar mais um pouco; durmo a tarde toda; te deixo de lado; me
perco por inteira; me encontro em qualquer esquina; me largo em um braço e
procuro em outras curvas você; te espero na saída, te levo um guarda-chuva e
você nem me vê; olho pela janela; rezo para o destino; te busco nesse labirinto;
pinto o céu de azul, crio um arco-íris e te desenho o sol; me entupo de remédios;
fico mais doente de amor. Enquanto você não vem, meu mundo não gira. Enquanto
você não vem...
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Cientistas descobriram como apagar e reativar memórias em ratos
Estudo em roedores foi bem-sucedido e pode ter encontrado a chave para tratar pessoas que sofrem de Alzheimer
Se uma pessoa é a soma de suas memórias e experiências, o que aconteceria se elas pudessem ser apagadas à vontade?
Esse pode ser um dilema ético que teremos de confrontar em um futuro não muito distante. De acordo com pesquisadores da Universidade de San Diego, na Califórnia, é possível apagar e recuperar memórias na mente de ratos de laboratório — algo que já havia sido verificado ano passado por alunos do MIT, em um contexto um pouco diferente.
O experimento que levou os cientistas a esta conclusão não é dos mais agradáveis. Nele, os roedores foram submetidos a choques enquanto seus nêurons recebiam pulsos de luz através de um cabo de fibra ótica implantado nos seus cérebros. Depois de algumas tentativas, os choques pararam, mas toda vez que a luz era utilizada os pequenos ratos morriam de medo e apreensão , graças à memória do sofrimento anterior.
Depois dessas sessões, os cientistas analisaram as áreas de formação destas novas memórias e trabalharam para enfraquecer as novas sinapses formadas pelos ratos. O que eles descobriram é que era possível rompê-las completamente no processo. Uma vez submetidos a este rompimento, os ratos voltavam para a câmara inicial com o cabo de fibra ótica, e para surpresa dos cientistas nenhum roedor parecia sentir mais medo ou apreensão dos pulsos de luz.
Fonte: http://www.megacurioso.com.br/neurociencia/44488-cientistas-descobriram-como-apagar-e-reativar-memorias-em-ratos.htm
quarta-feira, 4 de junho de 2014

Me ajuda a estancar o sangue, faz passar essa dor e fala no
meu ouvido que eu nunca mais vou sentir isso. Mágoa, raiva, angústia, nojo e ao
mesmo tempo amor. Amor? É, vontade, falta... querer bem mesmo com raiva, querer
que se foda mesmo com amor. É só confusão, a vida não me desperta mais nenhum
sentido plausível, acho que tudo isso é um engano e eu só quero voltar para
casa.
terça-feira, 3 de junho de 2014
Amor e ódio
Eu me lembro de menina, minha prima sempre dizia que o amor
e o ódio eram separados por uma linha muito tênue, você tinha que manter o
controle para não atravessar e principalmente, não deixar que a pessoa que te
ama atravesse-a. Eu lembro que nessa conversa não tive clareza suficiente para
entender, ela inclusive me disse aquela conhecida frase, que se dá nojo de
ouvir: “Quando você crescer, vai entender”. Na verdade eu nem fazia questão de
saber o que ela queria dizer, nessa época, para mim o amor era o que se sentia
por um ator de filme e o ódio era o sentimento que se tinha pela menina mais
bonita do colégio, não passava disso.
Hoje, eu entendo que o amor e o ódio realmente são separados
por essa linha tênue, quando essa linha é rompida, um engole o outro. Com isso,
o amor pode ganhar, engolir o ódio e perdoar, mas a linha vai demorar para ser
refeita e quando for, não vai ser tão segura quanto era. O ódio também pode
ganhar no caso de essa linha se romper, apagando toda e qualquer vontade de
estar com a pessoa que até então você fazia juras de amor, nesse caso você pelo
menos não vai sentir tanto a dor da perda, do amor, mas cuidado que raiva e
rancor fazem você desenvolver câncer.
Eu entendi que o amor é algo que se ganha e se devolve, sem
mais complexidades, se você oferece amor e não recebe o mesmo, a linha de
separação vai se romper com o tempo. Eu entendi também que o certo é não esperar
que essa linha se desmanche, o amor dói, mas essa dor passa, garanto que vai
doer bem mais se você descobrir que quem amou não passa de uma pessoa comum.
Isso dói bem mais, experiência própria.
O que demora bastante para passar é a falta da companhia, só
que isso não é amor, isso é comodidade. A falta das escovas de dente juntas,
falta de conversar sobre todo e qualquer assunto, falta das noites com alguém
para te ajudar a contar as estrelas... Essa falta custa a passar, as vezes é um
sentimento constante de que se está esquecendo algo em casa, como sair de casa
sem roupa. O que não se pode é dar vasão a carência, a carência é passageira,
logo (re)aparecem os amigos ou surgem novas pessoas na sua vida. Claro que você
não tem a mesma intimidade com essas pessoas, você não vai poder ficar o tempo
todo com eles, mas quando eles não estiverem à disposição você pode fazer algo
diferente da vida, coisas que deixou de fazer por causa do ex – “amor da sua
vida”.
Não existe uma fórmula para o amor, muito menos para o ódio
ou perdão. O que se existe é raciocínio, lógica e sensatez. Além disso, devemos
entender que todos sentem, quem vai e quem fica e todos devem ser tratados
primeiramente como seres humanos, o amor que você dá para a pessoa que escolheu
dividir a vida com você deve ser levado a sério, independente das desilusões
que possam acontecer, ninguém perde tempo com outra pessoa a troco de nada. Não
podemos deixar de lembrar todos os dias, que a maneira como tratamos os outros,
será a maneira que seremos tratados.
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Sobre o amor
Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na
garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho
disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que
refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e
inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me
sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te
amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe,
e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira.
Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O
mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.
Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos
imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical —
falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa
ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do
amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às
vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de
fogo.
O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição,
anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o
amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um
contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela
outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma COisa simples, mas não é,
pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os
homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida
entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que
tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou
a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor
sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos
trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar
filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua
própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não
radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável
esperança.
Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de
lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela
possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e
brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque,
à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria
se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À
sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas
estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação
bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas
dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventUra sonhada, o amor
louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar
adultério - o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado,
amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da
vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status
quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.
Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e
pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um
mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção
suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes.
Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é
suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar
condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela
de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada
montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como
começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não
querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade,
como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as
mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio
se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.
A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga
banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse
despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe
possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor
da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe
o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na
hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas
então está tUdo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante
paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade
não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar
vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo
normalmente.
Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guardaroupa, a
cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tUdo impregnado da ausência
do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere,
inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali
esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o
trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia,
tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do
jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus,
carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades.
E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como
um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo
contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituarse? Mais dia
menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida
vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a
pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como
outra qualquer.
E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer
que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só
existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando
bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas... Na cama
era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase
morro!...
Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos
cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não.
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